terça-feira, 9 de setembro de 2014

A exposição excessiva e desnecessária de personagens gays na TV

Nos últimos anos, temos acompanhado pela mídia brasileira o crescente número de atores - iniciantes e consagrados, que vêm atuando nos palcos dos teatros e nas mais variadas telenovelas, interpretando personagens gays e figuras caricatas, expondo ao ridículo grandes nomes da teledramaturgia brasileira. 
Muitos desses atores são "obrigados" a encenar papéis pífios e sem conteúdo, pois tem contratos assinados e, como tal, devem ser cumpridos.
Nosso caput aqui em questão não é perdurar na temática do "Homossexualismo no Século XXI", nem tampouco, questionar as recentes conquistas  que esses optantes conseguiram junto à sociedade. Nosso mérito aqui seria indagar o porquê do excesso de personagens gays que estão nos programas e novelas da televisão brasileira.
Ao que nos parece ver, falta conteúdo intelectual por parte dos autores que escrevem essas obras de dramaturgia. Novamente aqui nada contra as opções particulares e comportamentais de cada pessoa, aliás tais direitos são garantidos por nossa carta magna; entretanto, ao analisar algumas peças teatrais e alguns folhetins semanais do horário nobre, facilmente denota-se que há uma imposição, uma forma obrigatória de aceitação do espectador de que a vida rotineira de determinados personagens são de uma rotina comum, que suas vidas estão inseridas normalmente no convívio social. O que na nossa realidade ainda não é harmoniosa.
Cabe-nos então lembrar  de alguns personagens que, recentemente, até chegaram a fazer sucesso junto ao público e que foram assunto em várias semanas depois do término dos folhetins. Felix é um deles. O ator, Mateus Solano, deu um show de interpretação e soube conduzir como poucos as extravagâncias de seu personagem, regadas de humor sórdido e recheado de bordões. Outro também que ousou na criatividade foi o ator José Wilker. Ele interpretou Ariel na novela Senhora do Destino. Há também outros, como o primeiro beijo entre duas mulheres na TV brasileira, como aquele exibido na minissérie Amor e Revolução, em que as atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre interpretavam duas amigas com repulsas escondidas, mesclando sentimento amoroso e "affairs" com ditadura militar sessentista.   
Ocorre é que nos últimos anos há carência, falta de criatividade literária nos textos de alguns dos nossos autores. Ridicularizar renomados atores e expor ao ridículo a opção sexual daqueles que simpatizam a ideia, não deveria ser promovida no horário nobre ou em qualquer outro de nossa já surrada programação televisiva. Percebe-se que, sutilmente, há certa imposição de determinados caricatos no contexto de quase todas as obras.
A diversidade sexual - atualmente em pauta nos chamados "Reflexos dos acontecimentos da sociedade" e ultimamente representada nas telinhas de nossa TV, parece que não está indo de encontro com realidade. Personagens cômicos, às vezes sensuais e que quase nunca trabalham; que vivem em casamentos fictícios, que sempre têm uma história lamuriosa e que em nada parecem com a vida real.
Um estudo publicado pela psicanalista Ângela Louzada Santos, demonstra que os trejeitos típicos de determinados homossexuais e suas condutas provêm de sua base existencial e que isso piora ou desaparece ao longo dos anos, mas que tais atitudes não podem ser vistas como hilárias ou aberrantes, pois a destruição da imagem de determinadas pessoas têm seus princípios feridos e atrapalham sua comunicação interpessoal entre os seus.
Saudades daqueles velhos personagens como Sassá Mutema, interpretado por Lima Duarte - que denunciava a fragilidade e a ingenuidade do homem do campo; do Seu Nonô Correia, papel de Ary Fontoura, que trancava a porta de sua geladeira com correntes e cadeado para que ninguém tivesse acesso aos alimentos lá guardados.
Não precisamos usar nossos atores para impor uma realidade fantasiosa, do mundo de Moacyr Scliar. Apresentar textos enxutos, bons personagens e com mobilidade literária renderá gloriosas audiências aos produtores, todavia, pois não podemos mais aceitar na grade da televisão textos desconexos e nem admitir a ridicularização de comportamentos que compete a cada um julgar e promover seu próprio comentário. Desde que seja feito com respeito.