sexta-feira, 16 de maio de 2014

Os estilos musicais e as mudanças de comportamento na sociedade


Não é de hoje que a juventude vem experimentando estilos musicais, sobretudo aqueles que ditam modas e regem comportamentos. Jovem Guarda, Tropicalismo, Heavy Metal, Reggae, Beatles Forever, Festivais da TV Record e de Woodstock/EUA são alguns desses seguimentos que ainda pairam pela memória, sobretudo de quem tem mais de quarenta anos. E eles não param por aí.
No mundo contemporâneo e na velocidade que a informação chega até nós, as criações musicais inspiram poetas e curiosos. As mais diversas composições e sonoridades interagem com o ouvinte. Cabe cada um escolher aquele que melhor ressoa em seus ouvidos e mergulhar nas notas musicais.
Ocorre que nos últimos anos as letras musicais vem ganhando destaque nos noticiários a respeito do conteúdo e da mensagem intencionada. Tomemos como exemplo a eletrizante música Beijinho no Ombro da aspirante a atriz e funkeira Valesca Popozuda. Nada contra o estilo musical nem com a beldade. Nossa intenção é meramente debater as novas formas de musicalidade e de comportamento.
Pois bem, no nosso mundo globalizado cada vez mais o individualismo vem se tornando realidade e tomando corpo junto aos nossos jovens. Se antes as rodas de samba e pagode dividiam mesas de bares em gostosos bates-papo e o rock and roll expunha a rebeldia juvenil, hoje o funk e sua extensão funk-ostentação vem ganhando mais espaço nas mídias e nas camadas sociais mais privilegiadas, deixando esses estilos musicais a certa distância do retrovisor.
Como mesmo diz a cantora, ela e seu estilo "representam a voz da favela, da classe média e do condomínio de luxo". 
As músicas funkeiras estão presentes nas novelas, nos comerciais, nos programas de auditório, nos entretenimentos. As letras pregam o consumismo, o poder paralelo, a sexualização, refletem o pensamento dos menos favorecidos, influenciam as ações da molecada, descompromissam relações familiares e afetivas. 
Na letra da senhora Valesca não é diferente. Faz mau uso da crença religiosa, anseia ironicamente "vida longa" aos seus desafetos e as compara como animais; se mostra inteligente mas não é intelectual e isso se comprova ao misturar à letra da música palavras estrangeiras com termos informais e chulos, como "rala", "pras" e "mandada". 
Embora faça parte desse gênero a voz e a vez da periferia - e por conseguinte a naturalização da violência, não se explicou as recentes mortes dos funkeiros MC Daleste e MC Primo. Se essa vertente expressa os pensamentos das classes menos favorecidas quem são os interessados nas mortes desses infelizes? Seriam os críticos elitistas? Seria um genocídio cultural? De certo não se sabe, e as forças policiais vem desempenhando seus papéis para nos darem esta resposta. 
Há quem diga que Jean Jacques Rosseau teria uma excelente reflexão sobre o assunto e decerto apontaria que a sociedade é quem estragou tudo isso. As expressões artísticas e os pensamentos são livres e também dariam um bom prato de estudo para o pesquisador e psicólogo americano B. F. Skinner, com seu estudo sobre o comportamento humano a partir da interação entre o indivíduo e o ambiente. 
Não precisa ter dados suficientes ou estudos aprofundados para se determinar os resultados de determinadas ações e suas consequências. Como o próprio teórico publicou "(...) Assim pode-se dizer que o ambiente seleciona grandes classes de comportamento.
Seria luxo ou lixo? E vamos para a balada!